O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), já montou uma estratégia para tentar se beneficiar politicamente da provável debandada de Marta Suplicy (sem partido) para a chapa de Guilherme Boulos (PSol).
A ideia de Nunes é adotar o discurso de que o governo dele “seria tão bom”, que Boulos e o PT foram buscar um nome da atual gestão para ser vice do psolista na disputa municipal de 2024 na capital paulista.
Ex-senadora, Marta trabalha há três anos como secretária de Relações Internacionais da gestão Nunes na Prefeitura de São Paulo. Ela conhece o atual prefeito desde os tempos em que era filiada ao MDB.
Aliados de Nunes também querem usar a provável saída de Marta para defender a posição do MDB no impeachment de Dilma Rousseff. À época, Marta era senadora pelo partido e votou a favor do afastamento da petista.
“Temos que fazer de um limão a limonada. Isso ajuda o MDB, pois mostra que estávamos corretos no impeachment. E ainda vieram buscar uma auxiliar de três anos da nossa gestão. Ou seja, somos bons na prefeitura”, disse à coluna um dos aliados mais próximos do prefeito.
Nunes “vítima”
A estratégia de Ricardo Nunes prevê ainda se vender como “traído” e, consequentemente, tentar colar em Marta a pecha de “traidora”, algo que costuma pegar muito mal na política.
Marta se reuniu com Lula na segunda-feira (8/1), no Palácio do Planalto. No encontro, como noticiou a coluna, o presidente reforçou o convite para ela voltar ao PT e ser vice de Boulos.
A ex-senadora inidicou interesse na proposta, mas pediu um tempo para conversar com o atual prefeito de São Paulo, que tentará reeleição, antes de confirmar publicamente.
Nunes não sabia do encontro de sua secretária com Lula. Marta não fala pessoalmente com o prefeito desde que vieram à tona as especulações sobre a volta dela ao PT, em dezembro.
A ex-senadora, como noticiou a coluna, está de férias da prefeitura desde 15 de dezembro de 2023 e até então tinha seu retorno ao trabalho previsto para a próxima segunda-feira (15/1).
A postura de Nunes, entretanto, gerou críticas por parte de alguns aliados do prefeito. Para esse grupo, o emedebista se mostra “fraco” e “sem pulso” ao assistir passivamente a articulação da secretária.