Durante novas operações, que iniciaram nessa terça-feira (16/1), a Polícia Federal (PF) apreendeu armas, munição, coletes à prova de bala, rádios comunicadores e também destruíram um acampamento de garimpeiros ilegais que retornaram à Terra Yanomami. Ninguém foi preso.
A operação conta com o apoio das Forças Armadas. Segundo a PF, a ação é resultado do cumprimento das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) de intensificar o combate aos crimes praticados dentro de territórios indígenas.
De acordo com a Polícia Federal, os agentes estão em busca de garimpeiros que permanecem na região, mesmo depois das operações realizadas no ano passado, ou que voltaram à maior reserva indígena do país.
Emergência sanitária
O garimpo ilegal é apontado como uma das causas da crise de saúde na Terra Yanomami. A emergência sanitária, declarada pelo governo Federal, completa um ano no domingo (21/1).
Em janeiro de 2023, o recém-empossado governo Lula expôs a situação no território, decretou emergência de saúde pública e iniciou operações para garantir assistência aos indígenas e combater o garimpo ilegal.
Entretanto, na avaliação do Ministério Público Federal e de lideranças indígenas, a resposta de emergência da União foi insuficiente, e o cenário devastador persiste, com fome, malária, centenas de mortes e destruição devido ao garimpo.
Ainda no ano passado, o governo afirmou ter criado um centro de operações de emergências em saúde pública na região, realizando mais de 13 mil atendimentos de saúde e enviando 4,3 milhões de unidades de medicamentos e insumos.
“Ações permanentes”
Ainda durante a operação dessa terça, os agentes da PF sobrevoaram a região para mapear locais invadidos dentro do território. Também fizeram ações por terra.
Esta operação marca o primeiro passo desde o anúncio do governo federal sobre “ações permanentes” na Terra Yanomami. A ministra dos povos indígenas, Sônia Guajajara, revelou a criação de uma Casa de Governo para supervisionar a implementação de medidas e políticas públicas no território.
O presidente Lula (PT) realizou uma reunião no Palácio do Planalto no último dia 9 para revisar as ações adotadas até o momento e definir novas medidas em resposta às necessidades dos Yanomami. Ele destacou que a situação dos indígenas é tratada como uma “questão de Estado”.
Forças Armadas e PF permanentes na região
Ficou estabelecido que as Forças Armadas e a Polícia Federal terão presença permanente na região. Além disso, a Casa Civil anunciou investimentos de R$ 1,2 bilhão para “ações estruturantes” em 2024.
O ministro Silvio Almeida considerou a reunião e a visita “emblemáticas”, demonstrando o compromisso do Estado brasileiro. “Enquanto os Yanomami estiverem em risco, o povo brasileiro inteiro está em perigo”, completou.