São Paulo — O Ministério Público de São Paulo (MPSP) cobrou explicações da prefeitura sobre a remoção de árvores para a construção do túnel da Rua Sena Madureira, na Vila Mariana, na zona sul da capital paulista. Moradores de comunidade que será afetada pela obra promoveram protesto no início do mês.
Em manifestação preliminar, o promotor do Meio Ambiente Carlos Henrique Prestes Camargo deu 30 dias para que a prefeitura dê explicações.
“Com cópia desta manifestação oficiar à Prefeitura Municipal de São Paulo, para que informe em 30 dias, sobre o local onde estão localizadas as obras do ‘Complexo Viário Sena Madureira’ e se árvores foram ou serão suprimidas para a implantação desse projeto. Sendo positiva a resposta, deverá encaminhar toda a documentação e autorizações para a supressão arbórea e se foi firmado ‘TAC’ [Termo de Ajustamento de Conduta]”, afirma.
O promotor também determinou que sejam encaminhadas à Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social a denúncia de corrupção e de falta de nova licitação.
O túnel terá início na Rua Sena Madureira e passará sob a Rua Domingos de Morais, com cerca de 500 metros de extensão, desembocando em paralelo à Rua Maurício Francisco Klabin, em uma área onde há nascente e a comunidade da Souza Ramos.
Contratada originalmente em 2011, a obra foi suspensa em 2013 no âmbito da Operação Lava Jato, após as empreiteiras contratadas pela prefeitura terem sido pegas em esquemas de corrupção.
A manifestação do MPSP se dá após uma representação do presidente do partido Rede Sustentabilidade, Marco Antônio Mills, que pediu a paralisação imediata das obras, “em nome da defesa, da comunidade local, do meio ambiente e do interesse público dos paulistanos”.
Anexado à representação, há um abaixo-assinado de mais de 200 moradores da comunidade, manifestando sua indignação com o projeto.
Nesta sexta (11/10), trabalhadores remanejaram tapumes colocados sobre a ciclovia da Sena Madureira.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Mobilidade e Trânsito, diz que os questionamentos feitos serão respondidos ao Ministério Público.
Em relação aos tapumes, a prefeitura afirmou que estão sendo feitos ajustes no posicionamento deles ao redor do canteiro de obras de forma a causar a menor interferência possível ao fluxo de veículos no viário.