Anos atrás, quando a internet ainda era mato e as piadinhas viralizavam por e-mail, era comum o compartilhamento de alguns games em planilhas com desenhos em formato de Pixel Art.
O destinatário era desafiado a descobrir o nome da banda ou do time que o escudo representava.
Nessa época, entre 2000 e 2005, popularizou-se entre publicitários, designers, estudantes e profissionais da área de marketing uma brincadeira semelhante, em que o objetivo era adivinhar a marca por trás do logo apresentado.
Gurus da área definem marca como um nome, símbolo ou design usado para identificar algo e o diferenciar dos concorrentes. Outros afirmam que marca é uma importante fonte de vantagem competitiva e um ativo estratégico para o sucesso de uma empresa, sendo o primeiro fator a chamar a atenção do consumidor.
De modo geral, o conceito tem a ver com nome, símbolo, mascotes, logotipo ou qualquer outro elemento gráfico que possibilite a identificação e diferenciação. É muito comum ouvir clichês como “quanto mais básico, melhor”, mas a verdade é que não existe receita. O simples e eficiente é diferente do simplório.
Uma sereia com duas caudas é associada a uma cafeteria famosa, porém não necessariamente é simples para uma criança desenhar como a simplicidade dos arcos dourados da tradicional rede de fast-food. A silhueta de uma garrafa de vidro fala à mente do consumidor tanto quanto a letra inclinada e tipologia única, e de difícil replicação, sobre um fundo vermelho do refrigerante.
Em comum, mais do que a simplicidade de criação vem a facilidade de reconhecimento. E está aí a primeira dica: a originalidade é fundamental para garantir diferenciação, evitar associações indesejadas e garantir que a marca seja lembrada.
A segunda dica tem a ver com adaptabilidade: o símbolo precisa funcionar bem em diferentes contextos, em cores ou em preto e branco, em grandes formatos ou em uma pequena aba de navegador e apps. Pensar em como ele será utilizado nas mais diversas situações e manter a força visual em qualquer circunstância é fundamental.
Destaco ainda a importância da repetição, frequência e consistência de uso desse símbolo a longo prazo.
Pouco adianta criar uma imagem icônica e não usá-la durante período suficiente para criar identificação e gerar o reconhecimento desejado pela audiência. Testes de reconhecimento com públicos-alvos em potencial podem ajudar a evitar erros de design que podem prejudicar a imagem da marca.
Em suma, a construção de uma marca forte passa pela combinação de elementos visuais marcantes, adaptabilidade, originalidade e consistência de uso ao longo do tempo.
É essencial entender que o sucesso de uma marca não se baseia apenas na simplicidade do design, mas na capacidade de ser facilmente reconhecida e de gerar uma conexão significativa com o consumidor, resistindo ao tempo e às mudanças de contexto.
Claudio Knupp é head de Mídia na Peppery, uma empresa Brivia_Group.
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